Bebê morre apos espera um mês por transferência Hospitalar no Maranhão....
Bebê morre após um mês de espera por
transferência hospitalar no Maranhão
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Agatha
Luana de Carvalho Reis tem cardiopatia grave e precisava de cirurgia de
urgência em outro estado — Foto: Daiane
Agatha
Luana de Carvalho Reis tem cardiopatia grave e precisava de cirurgia de
urgência em outro estado — Foto: Daiane
Faleceu nesta terça-feira (15) a bebê Agatha Luana de Carvalho
Reis, de um mês de vida, que sofria de cardiopatia truncus arteriosus tipo I.
Ela estava internada em estado gravíssimo em uma UTI do HUUFMA Materno
Infantil, em São Luís, aguardando transferência hospitalar em outro estado e
uma cirurgia.
O procedimento era necessário para corrigir vários problemas
cardiovasculares que Agatha apresentou ao nascer e que, segundo a Defensoria
Pública do Maranhão, o Materno Infantil era incapaz de realizar.
"Apesar de ser o HUUFMA a referência estadual para a
cirurgia cardíaca neonatal, a correção desta cardiopatia não é comum neste
serviço; o histórico da instituição é negativo, visto que todos os pacientes
operados com este tipo de cardiopatia foram a óbito. Além do que o hospital
encontra-se em um momento extremamente delicado de poucas condições para a
realização de cirurgias de grande porte como esta que pressupõe o diagnostico,
pode haver necessidade de uso de ECMO, que apesar de haver a possibilidade e de
instalá-la, o HUUFMA não possui uma equipe de manutenção de terapêutica que as
vezes pode ser necessária por períodos longos. Outra dificuldade é em relação
ao material necessário para tal procedimento, posto que o possível substituto
da artéria pulmonar é um tubo de dacron que da última vez que foi necessário
seu uso, demorou muito mais de 3 semanas para chegar e propiciou piora clínica
ao paciente que acabou morrendo durante a espera", declarou a Defensoria
durante o processo.
Apesar do impasse, a mãe da criança, Daiane Miranda, conseguiu
uma determinação judicial para que o procedimento fosse realizado em outro
estado. Segundo Daiane, a Vara da Infância e da Juventude em São Luís
determinou a transferência imediata de Agatha, mas a Secretaria Estadual de
Saúde (SES) se recusou a cumprir.
Em nota, a SES disse que lamenta a morte da bebê e que a
transferência dependia da disponibilidade de leito para tratamento da
cardiopatia em outro estado porque o Maranhão ainda não possui equipe para
realizar o tipo de procedimento cirúrgico exigido no caso.
A Secretaria de Saúde também disse que, dentro de sua atribuição
e competência, adotou todas as medidas para transferência da criança.
Inclusive, que a bebê foi inserida na lista da Central Nacional de Regulação de
Alta Complexidade (CNRAC) e recebeu negativa do estado de Goiás. Por fim, a SES
disse que reservou o transporte em UTI aérea e manteve contato com equipe
médica do Ceará, que se dispôs a analisar os exames da bebê a fim de assumir o
caso.
Já o HUUFMA informou que utilizou todos os recursos disponíveis
para prestar o pronto atendimento à criança e comunicou aos familiares da
necessidade de tratamento fora de domicílio, visto que a paciente apresentava
cardiopatia congênita de alta complexidade, com grande percentual de
mortalidade, mesmo nos grandes centros.
Fonte: G1 MA
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